O cristianismo passou por vários momentos em sua história, em que elementos estranhos a revelação de Deus foram sendo incorporados a religião cristã, criando tradições, que de forma sutil e gradativa, foi comprometendo a essência e o propósito da revelação de Deus para nós. Mesmo na época de Jesus, ele já teve que lidar com esse expediente, a introdução de costumes e tradições, que de certa forma, invalidavam ou ao menos contrariavam os mandamentos de Deus.
E disse-lhes ainda: Jeitosamente rejeitais o preceito de Deus para guardardes a vossa própria tradição. Marcos 7:9
Tais tradições e costumes atingiu diversas partes da fé cristã, desde os mandamentos até liturgias, o paganismo foi se infiltrando e criou costumes e prática que mudaram a cultura religiosa no passado com reflexos na atualidade. Neste sentido, com a festa da páscoa não foi diferente, elementos estranhos a festa, foram sendo incorporados, não tendo eles nenhuma relação com a mesma, criando uma comemoração dissociada e sem seu verdadeiro significado. Hoje por exemplo, há alguns elementos na páscoa tradicional, que nada tem a ver com a festa cristã, alguns deles são os seguintes:
O Primeiro é o coelho. São muitas as versões e lendas que relatam a introdução do coelho, na festividade da páscoa tradicional. Uma delas é que a igreja católica usou mais uma vez da tática de adaptar cultos pagãos para o cristianismo, visando aumentar a popularidade de seus ritos no caso do coelho da Páscoa. Como apontado, a presença da imagem de coelho em celebração na época da Páscoa fazia parte de um culto pagão, como era muito difícil fazer boa parte da população acostumada a celebrar festividades já tão tradicionais abandonar velhos hábitos para seguir outros, resolveu-se incorporar o bichinho nas tradições cristãs, afim de que os cidadãos fossem mais receptivos a participar dos eventos importantes da religião. Como o coelho era um símbolo de renovação da vida, de esperança, porque eram os primeiros animais a saírem da toca com a chegada da primavera, depois de ficarem hibernando durante todo o inverno, foi determinado que o coelho seria uma das representações da ressurreição de Cristo.
Por isso, vemos na páscoa da atualmente, a grande ênfase que se dá a esse bichinho, roubando de certa forma o lugar da pessoa que deve ser o grande centro da celebração da páscoa, Jesus Cristo. É tão sem sentido a presença de um coelho em uma festividade bíblica, tendo em vista que conforme a lei de Moisés, tal animal é tipo como impuro. Colocar esse animal em uma festa cristã é desproporcional e sem sentido. Essa tradição de dar coelhos aos pequeninos na páscoa é pagã e deve ser rejeitada, pois o memorial da festa da páscoa é a morte e ressureição de um Cordeiro, Jesus, e não de um coelho sem nome.
Segundo, é o ovo. O ovo, no paganismo é um símbolo de vida e renascimento. Povos da Antiguidade, como os romanos, propagavam a ideia de que o Universo teria a sugestiva forma oval. Na Idade Média, houve quem acreditasse que o mundo teria surgido dentro da casca de um ovo. Várias religiões e culturas tem no ovo o símbolo da fertilidade e renascimento, e em torno disso várias lendas existem, associando o ovo a ressureição de Jesus. Assim como no caso do coelho, o ovo, hoje em uma versão mais doce, antes eram apenas ovos pintados, retira o maior memorial da festa da páscoa, que é a morte e a ressureição de Jesus Cristo. Jesus e não coelho ou ovo. A origem do presentear ovos é pagã e nunca foi cristã.
Terceiro, não comer carne vermelha na sexta-feira. Tal costume vem da idade média, onde os cristãos católicos eram estimulados a fazer jejuns todas as sextas. Mas foi na Idade Média que a igreja romana criou a tradição de não se comer carne na sexta-feira santa, em respeito ao derramamento do Sangue de Jesus. Tal costume se arrefeceu com o tempo e, inclusive, os fiéis passaram a se questionar acerca da obrigatoriedade da abstinência na sexta e se a não observância desse preceito se constituía um pecado mortal ou leve. Diante disso, o Papa Inocente III, no século XIII, decretou que realmente é pecado grave. E no século XVII, o Papa Alexandre VII anatematizou quem dissesse que não era pecado grave. Diante disso, o Código de direito canônico, atualmente, considera pecado a ingestão de carnes com sangue na sexta-feira santa. Há até lendas de que quem come vira bicho.
Vemos aqui tradições religiosas impondo coisas que nem Deus ordenou, muito pelo contrário, a páscoa bíblica o alimento principal era carne de cordeiro, e até onde se sabe, carne de cordeiro é carne com sangue. Jesus na páscoa judaica comeu carne vermelha. Embora respeitamos a religião alheia, não podemos conceber que tais tradições criada por homens venham se sobrepor a Palavra de Deus. Portanto, nunca foi e nem é pecado comer carne na sexta-feira santa.
As tradições devem ser respeitadas, mas nunca devem estar acima da Palavra de Deus e de Sua revelação para nós. Quando uma tradição contraria ou remove de forma ainda que sutil o centro da adoração a Jesus, essas tradições devem ser rejeitadas por aqueles que professam ser cristãos genuínos.
Reforço que o maior memorial da páscoa, não é peixe, vatapá, coelho, ovo de chocolate, mas sim o memorial da morte e da ressureição de Jesus. Esse memorial deve ser revivido com devoção e gratidão.
Feliz páscoa!
Por Pr. Jean Lima.
🙏🏻
Ótimo esclarecimento . A verdade e o conhecimento da mesma,nos leva a ser tão leve é algo libertador real mesmo.
Que esclarecimento expendido!