Já faz algum tempo em que eu e minha família como muitos outros cristãos em diversas parte do mundo, entendemos que não fazia para nós sentido, a comemoração do natal, como ele nos é tradicionalmente apresentado. E todos os anos tenho a responsabilidade de escrever, explicar e orientar as pessoas, sobre o porquê desse comportamento aparentemente contrário aos costumes tradicionais.
Primeiro, gostaria de informar que não viso criticar, condenar, julgar quem quer que seja, apenas por vivermos em um país livre, e me sinto confortável em expressar minha postura no que se refere ao fato de não comemorarmos a festa natalina. Portanto, quero esclarecer as razões de tal comportamento, bem como orientar aqueles que compartilham do mesmo sentimento, sem com isso ofender quem quer que seja.
Ademais, sou pastor e líder de uma igreja cristã, e tenho a responsabilidade de ensinar as pessoas o porquê de não termos em nosso calendário eclesiástico a festa natalina, tendo em vista que muitas pessoas novas chegam na igreja todos os anos, sendo meu dever como pastor local esclarecer.
Pois bem, o natal é uma festa tradicional de nosso calendário anual. Sua data foi fixada em 25 de dezembro, guardando intima relação com a festividade que celebrava o Natalis Invicti Solis, (Nascimento do vitorioso Sol) e várias outras festividades decorrentes do sostício de inverno e os cultos solares entre os celtas e os germânicos. Sua data é escolhida com a finalidade de cristianizar grandes essas festas pagãs que eram realizadas neste dia do ano. Vemos aqui, que o natal nasce, como várias outras festas religiosas, com uma íntima relação com cultos pagãos.
Natal é nascimento, então ela é uma festividade que celebra o nascimento de Jesus Cristo. Mas não se sabe a data precisa do nascimento de Jesus. Já existiram muitas tentativas no sentido de se provar a provável data em que Jesus tenha nascido, mas nunca isso foi possível, e qualquer tentativa nesse sentido, que se arvore em querer afirmar uma data precisa para o nascimento de Cristo, não passa de conjecturas e especulações. Todos que conhecem as estações climática de Israel, sabe que 25 de dezembro é inverno naquela região, e ninguém fica exposto ao relento. Lucas 2:8 diz que os pastores estavam no campo, os pastores não ficam no campo numa noite de inverno. No final de outubro e início de novembro os pastore já não vão mais ao campo, por que já é o inverno. Não há pastagem, é inseguro e desconfortante para o rebanho. Por isso acreditamos que a data provável em que Jesus nasceu, tenha sido no mês de setembro ou início de outubro e não em dezembro. Mesmo assim é mera conjectura, pois não possuímos fontes seguras que nos possam confirmar isso. Jesus não nasceu no dia 25 de dezembro.
Quando estudamos história da igreja, não vemos relatos de que os cristãos primitivos celebrando o natal. Não vemos em Atos dos Apóstolos, nem nas cartas do Novo Testamento, qualquer alusão a festa de natal ou comemorações do nascimento de Jesus.
Seria de grande valia, se celebrassemos o natal, fazendo uma celebração com ações de graças pela vinda o Messias, do Emanuel, Aquele que nos trouxe boas novas de salvação. Todavia, há um forte apelo comercial na festividade, sua ceia não revive a alegria da chegada do Salvador, mas apenas uma festividade social, onde na maioria das vezes é regada a muita bebida, comida e iguarias. A lembrança e a gratidão central da chegada do Salvador, nem ao menos é revivida na maioria das comemorações natalinas, por certo há exceções.
Há ainda, os dois símbolos mais marcantes do natal, a árvore e o papai Noel, ganharam um lugar, assim como o coelho na Páscoa, que não deveriam lhes pertencer. No que se refere ao natal, parece que a figura mais importante da festividade é o bom velhinho, e não o que nasceu na manjedoura. Da mesma sorte, a árvore com seus presentes, ocupam um lugar central na festividade, deslocando a comemoração do nascimento do Salvador a um local secundário e quase imperceptível.
Há de se reconhecer, que muitas pessoas fazem do natal um momento de confraternização familiar, um tempo de solidariedade social, de encorajamento ao amor ao próximo, disso não temos dúvida, a festividade em certo sentido, traz consigo este espírito e fraternidade e solidariedade universal. Mas passada a festividade, tal fraternidade deixa de existir para muitos.
Por fim, não comemoro a festa natalina, tendo em vista: sua origem ser pagã, não possuímos nenhum apoio bíblico para sua celebração, ele perdeu seu significado, ganhando um aspecto meramente comercial, é uma festividade onde predomina a gula e a bebedeira, excessos, é uma festa onde o verdadeiro personagem, Jesus Cristo, Filho de Deus, não aparece e pouco é relembrado Seu nascimento.
Há quem pense diferente, pois foram ensinados e aprenderam da forma tradicional, e respeito, assim como espero que respeitem a minha postura e decisão. Aqueles que fazem parte da igreja, não me acho no direito de impor a não celebração, todavia, nós como instituição não celebramos o natal.
Vivamos uma vida que celebra natal o ano inteiro, onde seu verdadeiro significado é render ações de graças a Deus pela vinda, o nascimento do Salvador, Seu Filho, que veio a esse mundo trazendo boas novas de alegria, perdão, reconciliação, nova vida e vida eterna.
E eis que o anjo do Senhor veio sobre eles, e a glória do Senhor os cercou de resplendor, e tiveram grande temor. E o anjo lhes disse: Não temais, porque eis aqui vos trago novas de grande alegria, que será para todo o povo: Pois, na cidade de Davi, vos nasceu hoje o Salvador, que é Cristo, o Senhor. E isto vos será por sinal: Achareis o menino envolto em panos, e deitado numa manjedoura. E, no mesmo instante, apareceu com o anjo uma multidão dos exércitos celestiais, louvando a Deus, e dizendo: Glória a Deus nas alturas, Paz na terra, boa vontade para com os homens. Lucas 2: 9-14.
Por Pr. Jean Lima.
Saiba mais:
https://www.nucleodeapoiocristao.com.br/estudos/festaspagas/pesquisa_natal.html
https://www.montesiao.pro.br/estudos/festaspagas/natal_10motivos.html
https://www.mir12.com.br/br/2020/noticias/1941-somos-uma-igreja-que-nao-celebra-o-natal
https://www.mir12.com.br/br/2020/noticias/1946-somos-uma-igreja-que-nao-celebra-natal-parte-final