O cristão e a política

5 de outubro de 2020 - Autor: Jean Lima dos Santos

Uma das perguntas mais comuns e corriqueiras no meio cristão é: o cristão deve se envolver com a política? Essa pergunta talvez exista, por que tem sua origem no pensamento religioso das pessoas, que em via de regra foram ensinadas a ver política como algo “sujo” ou que “religião e política” não devem se misturar, ou que a função da igreja é apenas orar e não se envolver com política. Todavia, na bíblia vemos muitos homens de Deus, se posicionarem publicamente e politicamente, João Batista, Elias, e alguns casos específicos, exerceram funções políticas importantes, a exemplo de Daniel e José. Temos conhecimento de que muitos avanços sociais no mundo foram frutos de engajamentos políticos da igreja, a Reforma Protestante, deu luz a uma revolução educacional que até hoje existe por toda Europa, culminando ainda no Iluminismo, Revolução Francesa e a formação do Estado Moderno e o império da Lei. Não se deixa de reconhecer também, que em alguns momentos, e a história está aí para nos lembrar, de que o casamento entre política e religião foi desastroso promovendo diversos abusos, obscurantismo e injustiças.

Mas voltemos ao cerne da presente reflexão: um cristão deve se envolver com política? A resposta a essa pergunta é muito simples, sim! Até porque quando votamos estamos exercendo nossa cidadania e exercendo um ato político. Quando combatemos as injustiças, quando manifestamos nossa opinião, quando nos envolvemos com os problemas de nossa sociedade estamos fazendo política. Na sociedade atual, não temos condições de não nos envolvermos com a política, ou seja sermos apolíticos. Aristóteles afirmava, no Séculos V, A.C, que “o homem por natureza é um animal político”. Agora penso que o que muitos confundem é se envolver com a política e fazer política partidária, aquela, se refere ao exercício da cidadania na vida social, votando, se manifestando, protestando, participando dos destinos da vida pública, esta compreende aqueles que possuem filiação partidária e lutam engajadamente para eleger candidatos nos pleitos, possuem filiação, e são envolvidos nos movimentos e campanhas eleitorais, são fiéis as ideologias partidárias, e alimentam que a sociedade será melhor organizada, se sua configuração se amoldar aos ideais ideológicos dos partidos que eles representam. Portanto, posso me envolver com a política, sem que isso implique fazer política partidária, posso dar opiniões, me manifestar, cobrar, propor, apoiar um candidato, sem que isso me vincule a um partido político. Mas também podemos nos filiar a um partido político, se candidatar a cargos eletivos, se engajar na política partidária, defendendo, propondo, lutando, fazendo política militante. Em ambos os caos, o cristão deve sempre se pautar pela fé que professa ter, nos valores da ética cristã, na defesa dos valores do Reino de Deus, no combate as injustiças e desigualdades sociais.

Portanto, importante o cristão se envolver na política, tendo em vista que vivemos em um tempo em que o poder tem sido entregue a pessoas cujas ideias e visão de mundo na sua maioria são anticristãs e contrárias aos valores da fé que professamos, bem como, o fato de que a presença de pessoas cristãs irá fortalecer os valores da fé na vida social, e da ética nos poderes que governam as cidades, estados e nação.

Por Pr. Jean Lima.

2 comentários em “O cristão e a política”

  1. Geisa Amorim do Nascimento disse:

    Perfeito 👏🏼👏🏼👏🏼👏🏼

  2. Rodrigo Silva disse:

    Que legal…!!
    Esta foi uma visita excelente, gostei muito, voltarei assim
    que puder… Boa sorte..!

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